quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A educação vai muito mal


No texto “Currículo dos Urubus” do livro “Estórias maravilhosas de quem gosta de ensinar”, Rubem Alves utiliza a metáfora:
“O Rei Leão, nobre cavalheiro, resolveu certa vez que nenhum dos seus súbditos haveria de morrer na ignorância. Que bem maior que a educação poderia existir? Convocou o urubu, impecavelmente trajado em sua beca doutoral, companheiro de preferências e de churrascos, para assumir a responsabilidade de organizar e redigir a cruzada do saber. Que os bichos precisavam de educação, não havia dúvidas. O problema primeiro era o que ensinar.
Questão de currículos: estabelecer as coisas sobre as quais os mestres iriam falar e os discípulos iriam aprender. Parece que havia acordo entre os participantes do grupo de trabalho, todos urubus, é claro: os pensamentos dos urubus eram os mais verdadeiros; o andar dos urubus era o mais elegante; as preferências de nariz e de língua dos urubus eram as mais adequadas para uma saúde perfeita; a cor dos urubus era a mais tranquilizante; o canto dos urubus era o mais bonito. Em suma: o que é bom para os urubus é bom para o resto dos bichos.
E assim se organizaram os currículos, com todo o rigor e precisão que as ultimas conquistas da didáctica e da psicologia da aprendizagem podiam merecer. Elaboraram-se sistemas sofisticados de avaliação para teste de aprendizagem. Os futuros mestres foram informados da importância do diálogo para que o ensino fosse mais eficaz e chegavam mesmo, uma vez por outra, a citar Martin Buber. Isto tudo sem falar na parafernália tecnológica que se importou do exterior: máquinas sofisticadas, que podiam repetir as aulas à vontade para os mais burrinhos, e fascinantes circuitos de televisão.
Ah! Que beleza! Tudo aquilo dava uma deliciosa impressão de progresso e eficiência e os repórteres não se cansavam de fotografar as luzinhas piscantes das máquinas que haveriam de produzir saber, como uma linha de montagem produz um automóvel. Questão de organização, questão de técnica. Não poderia haver falhas. Começaram as aulas, de clareza mediana. Todo o mundo entendia. Só que o corpo rejeitava….
E assim as coisas se desenrolaram, de fracasso em fracasso, a despeito dos métodos cada vez mais científicos e das estatísticas que subiam. E todos comentavam, sem entender: A educação vai muito mal…” Qual a parte que nos Cabe? #educacao  #JaneHaddad #Curriculo

domingo, 21 de junho de 2015

Refletindo
Pensar a ordem simbólica, que é o que nos caracteriza como humanos. “O humano é filho ou filha do humano, daí a importância da ordem geracional, da inscrição em uma genealogia, uma história. O humano nunca é solitário, mas sempre solidário” (GUILLLOT, G. 2008, p. 59). Certa vez, li ou pensei, já não sei mais, o que importa é que me marcou muito: “Querer ser mãe não é a mesma coisa de ter um filho”. Tal frase ecoa hoje, mais do que ontem em meus ouvidos. 

terça-feira, 17 de março de 2015

SIM: UM A UM

                                             SIM: UM A UM

Seres humanos apreendem em seu processo de vida.  Ainda que Freire, não tenha escrito diretamente sobre deficiência, seu legado sustenta amplamente a valorização da DIVERSIDADE HUMANA e a construção de uma sociedade mais humana que acolha todos em suas diferenças e semelhanças.   Sugiro que nós educadores tenhamos um tempo-espaço para tal reflexão. O processo de incluir é algo essencial e profundo, ultrapassa o velho debate de “deficientes” e “diferentes” ou mesmo "iguais" ampliar nosso debate é essencial para nossa forma de ser e estar no mundo contemporâneo.
Sugiro partirmos do ponto: Como nós, dito “normais” incluímos àquele colega que pensa diferente de nós? Como enxergamos um sujeito, cujo, corpo e mente nos apresenta diferenças?
Quando as novas gerações adentram as escolas, o que pretendemos ? Por #JanePatriciaHaddad #educacao #diversidade

domingo, 4 de janeiro de 2015


Uma criança sempre é e será uma criança

Ao andar por Namibe, encontrei diversas crianças, algo nelas era diferente das nossas crianças brasileiras: o olhar; 
um olhar que espera;
um olhar que olha fundo; 
um olhar que representa um OLHAR!
Uma criança, que apesar das sua(s) histórias, nem sempre feliz(es), ainda é uma Criança.
#Namibe2014
Jane Patricia Haddad