Ao me deparar com a noticia do jovem que matou o Professor, segundo o aluno: “por ser perseguido e injustiçado”, eu me pergunto: Já ouvi isso em algum lugar? E vocês?
Não é o primeiro caso de violência, de aluno para professor, infelizmente, este terminou com a morte do professor. Quem teve a oportunidade, de assistir esta semana o programa: Profissão Repórter por Um dia, na Rede Globo, pode acompanhar junto ao repórter, o dia a dia de uma escola, no caso daquela escola exposta. Outro dia coloquei no meu Facebook: A mídia está a favor ou contra a educação? Já que a má educação é a bola da vez, parece que não anda acontecendo nada de bom, nenhum projeto interessante, enfim este seria outro desabafo.
Onde quero chegar com estas palavras? Quero simplesmente desabafar como educadora e, mãe e cidadã, provocar, aqueles que ainda estão acordados de um mundo que mais parece um pesadelo. M
Nos últimos dias, só se fala e se ouve sobre mais um crime, um jovem de classe média, 23 anos, insatisfeito com o professor, faz o que já era “esperado” elimina quem o incomoda.
Aproveito e volto ao programa do Repórter por um dia, na escola, apresentada no programa, os protagonistas são alunos de 12 a 14 anos, que se recusam a entrar em sala de aula, ficam brincando no pátio; a Diretora “tenta” impor limites, (ordenando que eles subam) alguns, argumentam a professora ainda não chegou, eles sempre chegam atrasados. Já do lado dos professores, a queixa é, os alunos não querem nada com nada, só de ouvir o barulho deles, me dá crise de nervos, e assim segue a conversa, vários, estão de licença médica, uma foi agredida, a outra ameaçada, um continua dando aulas sob efeito de remédios...
Será que a crise educacional começou agora? Quem não se lembra de casos como o daquele aluno de São Paulo, do curso de medicina (ótimo aluno academicamente), resolveu ir ao cinema e eliminar algumas pessoas. E aquela menina linda, loirinha, carinha de anjo, que resolveu juntamente com o namorado deletar os pais, que discordavam da vida que ela vinha levando. Alguns poderão estar pensando, o que isso tem a ver com a educação? Continuando, na semana retrasada, foram mostrados em todos os jornais, alguns jovens em plena Avenida Paulista, em São Paulo, resolveram agredir outros, supostamente homossexuais, ou quem sabe para quebrar o tédio, como foi o caso daquele menino bem criado que surrou a doméstica, por supor que ela era uma prostituta. Assim seguimos, nós adultos, pais e educadores, horrorizados com tais cenas, porém aliviados, por não serem nossos filhos parentes, afinal de contas, eles são diferentes.
A pergunta que dói: Será que são? Basta discordarmos deles, um não banal, já vem revolta, um pedido negado, a cara fechada, graças a Deus na maioria das vezes, podemos encaminhá-los a bons psicanalistas e eles acabam descobrindo que além do prazer existe o desprazer. Uma boa receita agora, talvez fosse: Levem seus filhos a um bom Psicanalista, o melhor, vamos refletir se não seria melhor começarmos pelos adultos.
Confesso a vocês, que neste momento, mais uma vez me abato como mãe e como educadora, me pergunto, onde estamos errando? Será que estou falhando aonde? Pois me sinto responsável por estas barbáries, sou parte dessa rede de adultos que se forma na redoma do “tudo pode”. Onde estamos nos isentando? O momento não é de continuarmos buscando culpados e respostas e sim agirmos, matricularmos os pais nas escolas, criar estratégias de Conversas (Roda de Conversas), nos implicarmos como adultos que somos para além de apenas prover.
Há uma crise instalada, que é possível ser revertida, desde que os adultos se reconheçam como tal, professores e pais precisam entender que as rebeldias e criticas dirigida a eles, não podem ser levadas como pessoais. A educação não cabe mais só na família e na escola, ela é condição se sobrevivência da humanidade. Ela pode sim, começar dentro de casa, dizer um não, adiar um “prazer”, impor uma obrigação e quem sabe até pedir que o filho lave um copo.
Um professor morreu, (este nós vimos e soubemos), um jovem acabou com sua vida e a de sua família, (também pudemos ver). Diante de mais um espetáculo, eu não poderia me isentar de lembrar a “sábia” fala do responsável pelo Instituto Metodista Isabela Hendrix: “o que aconteceu foi um caso isolado”... Fico pensando isolado para quem? Sem maiores julgamentos, será que o “isolado” não é para garantir o mercado, que é sustentado pelos alunos que lá estão? E os professores que lá trabalham, foram escutados? Este jovem foi ao ato: MATOU, ele deve ter dado sinais que talvez não fosse escutado, ou foram, porém abafados. Há tantos alunos e professores silenciosos, que deveriam ser acolhidos.
Volto afirmar, sou educadora e prezo muito minha profissão, já fui diretora de escola particular, e confesso, eu me fazia ADULTA diante de quem precisa de figura de adultos. Indisciplina, violência, e diversos fenômenos existem, e sempre vão existir nas relações humanas. A questão é como gerir os conflitos antes que eles não possam mais ser traduzidos em palavras. Não estaríamos vivendo uma crise de ausência de adultos, referencia e lei?
Voltando ao programa do Repórter por um dia fiquei ouvindo o que eu não queria escutar, a câmera do Repórter ligada: a diretora dizia para o aluno: Entre para sala de aula... O aluno respondia: cuidado com o que você vai falar estamos ao vivo!
Revisitando minha memória, acabo de me lembrar, na semana passada, no domingo, Programa Fantástico, também uma escola está em foco, uma professora e sua turma sendo acompanhadas, pela equipe do programa.
Se você tiver um tempinho, assistam, olhem como as relações professor aluno vêm sendo estabelecidas. Observem, as posturas, as “provas”, os apelidos e as tais “perseguições” sem contar o Conselho de Classe que ali foi apresentado, mais parecia uma sessão de julgamento, em que os réus eram os alunos.
Ah! Meus amigos, como diz Bernard Charlot, educador Francês, professor não é herói e nem vítima. O momento atual é um convite aos educadores: Olhem para dentro de si, lá no fundo e se perguntem: Vocês estão dispostos a serem educadores? Dariam as mesmas aulas para seus filhos que dão para seus alunos?
Quantas pessoas ainda terão que ser mortas, para que olhemos para além do que julgamos ser uma boa ou má educação.
Não me interessa, se o que ocorreu foi um caso isolado, ou não. Meu interesse é o que faremos com isso? Buscaremos novamente apenas apontar e prender o culpado? O culpado já foi pego, é um jovem de 23 anos. E agora, vamos esperar o próximo episódio?
Em minha opinião, achar culpados alivia “um pouco a dor” da família de quem perdeu o ente querido, o buraco jamais será preenchido, os filhos órfãos desse professor entenderão que o mundo é feito de que? Definitivamente, mais esta barbárie, deve desacomodar os acomodados, todos e cada um, na sua casa, na sua profissão, no seu grupo. Sentir-se responsável por si e pelo outro. Resgatar a gentileza, e principalmente voltar a indignar-se, refletir e agir. Qual é a Parte que Lhes cabe?
Jane Patricia Haddad. Educadora por opção!
TECER A VIDA... Um Tear (um ir e vir) de sentimentos, momentos e vida. Certezas jamais, incertezas sempre.Tecendo histórias, pensamentos, reflexões, filmes, frases e devaneios. Um ponto aqui, outro ali, e sempre que tiver um nó... eu DESATO e dou um laço. Tecer...essa estranha Contradição! #JaneHaddad #Tecer #Teceravida
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Revendo Forrest Gump
Forrest Gump é um homem especial. Considerado estúpido por todos que o conheçem, ele é na verdade apenas uma pessoa ingênua que vê o mundo por uma perspectiva diferente.Amplia sua lente e olha o que ninguem vê, Gump acidentalmente participa de alguns dos momentos mais importantes da história recente dos Estados Unidos – Guerra do Vietnã, Caso Wategate, entre outros – enquanto tenta ir atrás do grande amor de sua vida.Fazendo do tempo, o seu tempo.
Sua história é contada como um drama, que é superado a cada momento, um filme que nos provoca uma reflexão. Porque corremos tanto? Assistam e ampliem seu campo visual!
Sua história é contada como um drama, que é superado a cada momento, um filme que nos provoca uma reflexão. Porque corremos tanto? Assistam e ampliem seu campo visual!
sábado, 2 de outubro de 2010
domingo, 19 de setembro de 2010
A Poesia é parte da vida ( Um pouco de Quintana)
Para Pensar
"Existe apenas uma idade para sermos felizes, apenas uma epoca da vida de cada pessoa em que é possível sonhar, fazer planos e ter energia suficiente para os realizar apesar de todas as dificuldades e todos os obstáculos. Uma só idade para nos encantarmos com a vida para vivermos apaixonadamente e aproveitarmos tudo com toda a intensidade, sem medo nem culpa de sentir prazer. Fase dourada em que podemos criar e recriar a vida à nossa propria imagem e semelhança, vestirmo-nos de todas as cores, experimentar todos os sabores e entregarmo-nos a todos os amores sem preconceitos nem pudor. Tempo de entusiasmo e coragem em que toda a disposição de tentar algo de novo e de novo quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na nossa vida chama-se presente e tem a duração do instante que passa..
domingo, 4 de julho de 2010
OLHAR
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Fazer Mestrado...Uma Escolha
Dormir...estudar...curtir a Familia ou simplesmente se entregar,
cada um que passa pela nossa história de vida pessoal, acadêmica,em geral!
Cada um tem um conselho, uma frase, um susto.
Mestrado!!!! Que loucura, nessa altura da vida? Você enloqueceu?
Confesso que em alguns minutos, me faço algumas perguntas do tipo: Será que escolhi certo? Será que vou conseguir? Estou fazendo o que na Academia?
Não tenho respostas prontas e sim hípóteses em construção;
acredito na educação...
é preciso aproximar academia da prática...
é preciso aprendermos a pesquisar e anos propor sempre novos desafios!
Hoje sinto que , não há explicação e sim um DESEJO... Me tornar uma Pesquisadora; aproximar teoria e prática (dentro do meu possível);
Vencer minhas limitações e simplesmente. TER ESCOLHA...
FAZER MESTRADO como um exercício de me tornar uma educadora melhor do que eu era, refletir o que escrevo, o que falo e o que faço, trocar e principalmente aprender,
abrir mão do social mas ganhar a intimidade com autores "desconhecidos",
deixar a família, os amigos (por um tempo) e ganhar novos amigos;
Não deixar contaminar-se pelo desânimo e acreditar:
Temos Escolha e confesso que não tem sido uma escolha fácil;
masssssssss, ninguém disse que seria!
Um dia de cada vez, uma página de cada vez, um sono em cada lugar!
Até aqui...sobrevivi...e continuo em Movimento ! VIVA!!!!!
Confidências de uma aluna no início do Mestrado!
Eu. jane Patricia Haddad
quarta-feira, 31 de março de 2010
A Propósito da Clareza
Quando se escreve é não somente para ser compreendido, mas também para não o ser. Um livro não fica diminuído pelo facto de um indivíduo qualquer o achar obscuro: esta obscuridade entrava talvez nas intenções do autor, não queria ser compreendido por qualquer bicho careta. Qualquer espírito um pouco distinto, qualquer gosto um pouco elevado escolhe os seus auditores; ao escolhê-los fecha a porta aos outros. As regras delicadas de um estilo nascem todas daí; são feitas para afastar, para manter a distância, para condenar o «acesso» de uma obra; para impedir alguns de compreender, e para abrir o ouvido aos outros, os tímpanos que nos são parentes.
Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência"
Mafalda "Irreverente"
Aprender a Ver
Aprender a ver - habituar os olhos à calma, à paciência, ao deixar-que-as-coisas-se-aproximem-de-nós; aprender a adiar o juízo, a rodear e a abarcar o caso particular a partir de todos os lados. Este é o primeiro ensino preliminar para o espírito: não reagir imediatamente a um estímulo, mas sim controlar os instintos que põem obstáculos, que isolam. Aprender a ver, tal como eu o entendo, é já quase o que o modo afilosófico de falar denomina vontade forte: o essencial nisto é, precisamente, o poder não «querer», o poder diferir a decisão. Toda a não-espiritualidade, toda a vulgaridade descansa na incapacidade de opor resistência a um estímulo — tem que se reagir, seguem-se todos os impulsos. Em muitos casos esse ter que é já doença, decadência, sintoma de esgotamento, — quase tudo o que a rudeza afilosófica designa com o nome de «vício» é apenas essa incapacidade fisiológica de não reagir. — Uma aplicação prática do ter-aprendido-a-ver: enquanto discente em geral, chegar-se-á a ser lento, desconfiado, teimoso. Ao estranho, ao novo de qualquer espécie deixar-se-o-á aproximar-se com uma tranquilidade hostil, — afasta-se dele a mão. O ter abertas todas as portas, o servil abrir a boca perante todo o facto pequeno, o estar sempre disposto a meter-se, a lançar-se de um salto para dentro de outros homens e outras coisas, em suma, a famosa «objectividade» moderna é mau gosto, é algo não-aristocrático par excellence.
Friedrich Nietzsche, in "Crepúsculo dos Ídolos"
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Passeio Socrático
Um Belo Texto do Querido Frei Betto
Pode nos Ajudar a Refletir o que realmente é essencial para nossa Vida????
PASSEIO SOCRÁTICO
Frei Betto
Ao viajar pelo Oriente mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.
Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente.
Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelo produz felicidade?'
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei:
Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei:
Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...'. 'Que tanta coisa?', perguntei.
'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse:
Tenho aula de meditação!'
Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.
Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos:
Como estava o defunto?
Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual.. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual.
Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...
A palavra hoje é 'entretenimento'. Domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela.
Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, calçar este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!
O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.
O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental, três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.
Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo.
E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas.
Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus.
Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald...
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático. Diante de seus olhares espantados, explico:
Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:
"Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz!"
Quantas coisas precisamos para Realmente Ser Felizesss?????
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